Sunday, September 14, 2014

Ainda é possível

Já tive desilusões antes, mas antes era mais nova, antes era tão tímida quem nem dizia aos rapazes que gostava deles. Pensando nisso, era mais seguro assim, como eles não sabiam, não me magoavam porque não me rejeitavam. Consegui ultrapassar isso, essa timidez e esse medo da rejeição, mas pelos vistos ainda não consegui descobrir o que tenho de errado. Qualquer cão e gato arranja um companheiro, alguns até arranjam vários em sucessão. Não sou propriamente feia, nem estúpida, nem antipática. Então, porquê? Será porque que quero tanto que isso os assusta? Será o contrário? Sou lenta a perceber que alguém me acha piada e quando dou por isso já perdi a oportunidade? Serei exigente demais e os homens por quem me sinto atraída estão fora do meu intervalo de alcance? Será que só gosto de pessoas independentes com projectos de vida que não me incluem porque no fundo tenho medo de me prender?
Não sei. São demasiadas perguntas e tenho de lhes encontrar uma resposta, porque assim é que não dá. Não posso continuar a sentir-me um falhanço; tenho de recuperar a minha auto-estima, a minha confiança enquanto mulher. Afinal, consegui construir mais do que muitas pessoas: enfrentei os meus medos e inseguranças e fortaleci-me enquanto pessoa; mudei de profissão e construí uma carreira que adoro sozinha, tenho a minha casa, o meu lugar no mundo. Tenho amigos verdadeiros, alguns relações de décadas, e outros pessoas bem diferentes de mim, aqui e pelo mundo fora. Tenho o amor da família; tenho mágoas e feridas também, mas quem não as tem? Também no campo das relações hei-de conseguir, hei-de chegar lá. Esta dor e estas dúvidas já duram há tempo demais; chegou a hora de as resolver!


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