Saturday, September 13, 2014

Um dia...

Ontem, caiu uma pestana à minha sobrinha. Na brincadeira fizemos o jogo de segurar ambas na pestana e pedir um desejo. Aquela que ficasse com a pestana colada ao dedo via o seu desejo realizado. E eu desejei que tu e eu pudéssemos estar juntos.
Nem pensei, passou-me como um raio pela cabeça.
Como é possível ao fim de todo este tempo ainda te desejar. Eu bem te tento esquecer, mas obviamente até nisso sou um falhanço. Já não basta não saber seduzir, cativar - sei lá - criar laços com um homem; também não te consigo esquecer...
Acho que nunca fiz mal a ninguém, toda a vida o meu maior sonho era encontrar um companheiro de vida: amigo e amante. Mas falhei. Teria sido mais fácil ter como sonho querer ser rica ou bem sucedida profissionalmente, mas não sou talhada assim, dinheiro e status não me motivam, afecto sim. Preciso de laços humanos, de amor. Não sei o que é ser amada por um homem, alguém para quem somos importantes, que nos quer ao seu lado porque sem nós a vida é mais triste. Que nos ama só porque sim. E custa cada vez mais ver os anos a passar e a esperança de isso alguma vez acontecer diminuir; afinal, nós mulheres temos o tempo contra.
Já me passou pela cabeça a ideia louca de ter um filho, uma produção independente, alguém para amar e que me amasse, mas uma criança não deve nascer para ser a cura dos falhanços dos pais. É um fardo pesado demais para carregar: colmatar aquilo que o pai ou a mãe não conseguiram alcançar por si. Não posso fazer isso, não seria correto. Tenho de continuar a seguir em frente, um dia de cada vez, rezando para que exista alguém por aí no mundo que ache que eu valho a pena, que me deseje, que me acarinhe que me ame. Um dia, a sorte também há-de sorrir para mim.

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