Dizem que a dor tem cinco estágios: Negação, Negociação, Depressão, Raiva e Aceitação.
Dizem que toda a gente numa situação de perda passa por eles. Pode não passar por todos, a sequência pode ser diferente para cada pessoa e alguns estágios podem até ser revisitados mais de uma vez.
Eu acho que já passei por todos. Já não tenho grandes esperanças que algum dia me procures. Se te afastaste porque não me querias é óbvio que não vais voltar atrás. Se me querias e afastaste-te por medo ou qualquer outra razão provavelmente o medo da minha reacção, a culpa e até, se calhar, uma ponta de orgulho não te deixarão dar o braço a torcer. Tenho pena porque contra toda a lógica ainda gosto de ti, mas já não há nada que possa fazer. Tenho de avançar e este blog, que durante tanto tempo foi o local onde escrevia tudo o que te queria dizer, agora já não o escrevo para ti; tudo o que aqui coloco é para mim. Para meu desabafo, para minha reflexão e aprendizagem. Para encontrar o caminho de um futuro feliz.
Wednesday, July 24, 2013
Para memória futura
Nos últimos tempos tenho vindo a fazer bastante ‘soul
searching’, analisando e tentando perceber os padrões que têm gerido a minha
vida. Aqui, há uns posts atrás, chegava à conclusão que colocava os outros
demasiado no centro da minha vida, o que até é verdade, mas há mais coisas além
disso. Durante bastantes anos deixei que a timidez e o medo me dominassem,
fazendo com que me retraísse e não demonstrasse facilmente os meus sentimentos,
nem me deixasse levar facilmente no campo das emoções. Parece contradição, mas
não é. Por as relações serem tão importantes para mim o medo de falhar nelas
era terrível, o que me levava a retrair bastante. Durante anos essa foi, provavelmente,
a explicação para que eu continuasse só. Aqueles de quem gostava nem sequer me
viam porque eu não me mostrava e, paradoxalmente, os que me achavam piada surgiam
sempre do grupo dos que eu via apenas como amigos; aqueles junto de quem era eu
mesma, justamente porque não lhes procurava agradar.
Trabalhei para perder o medo e aprender a soltar-me mais, a demonstrar
o que sinto. Mas acho que exagerei. Contigo, acho que acabei por cair no outro
extremo. Talvez por te conhecer de antes e confiar em ti, demonstrei cedo
demais e explicitamente demais que eras importante para mim, que gostava de ti,
e, se calhar, assustei-te.
Um amigo meu diz que os homens são muito simples: quando
gostam correm atrás. Acho que um corolário disso é que os homens gostam de ser
eles a conquistar e não que corram atrás deles e, se calhar, foi isso o que eu
fiz. Lição a reter: tenho de aprender a arte do equilíbrio.
Sunday, July 21, 2013
Paz
Alguns meses antes de te reencontrar tinha alcançado um
patamar em que me sentia em paz com vida. Tinha assumido que se calhar já não
ia encontrar um companheiro e construir uma relação, mas tinha aceitado isso.
Ok, não vou ter uma família, não vou ser mãe, mas posso ser feliz à mesma.
Tenho amigos, um trabalho que me realiza, posso viajar, posso ter o meu espaço
e posso ser feliz assim. Com sorte, talvez possa até viver algum romance fugaz,
um caso de verão. Serei feliz assim, desfrutando dos pequenos momentos
felizes do dia-a-dia.
E então tu apareceste… E acordaste aquela jovem tímida, ingénua
e sonhadora que te tinha amado antes. Respondeste aos meus mimos, deste-me
carinho, ouviste-me, demonstraste interesse. Por mais patético que isto possa
soar, a verdade é que foste o mais perto que estive de uma relação. E eu vi a oportunidade de viver o
amor por que sempre tinha esperado no meu caminho.
Agora, 3 anos depois, desapareceste da minha vista e
deixaste-me num espaço vazio e frio, sem saber sequer se houve algo de verdade no que se passou entre nós ou se foi uma miragem apenas...
Depois deste vislumbre de felicidade não consigo
voltar àquele lugar de paz e contentamento em que estava antes. Mas não posso ficar
aqui, porque aqui morro, aqui estou a destruir-me. Tenho de avançar, tenho de encontrar
o amor de novo ou, então, conseguir voltar à inocência de antes em que não sabia o que isso era.
Só que não sei como o fazer… Mas, pela minha felicidade, espero descobrir como em breve, espero que algo ou alguém, uma inspiração ou um conselho, me indiquem por onde
começar… Mas hei-de conseguir.
Wednesday, July 17, 2013
Should have...
O meu horóscopo pessoal diz que eu tenho tendência a abdicar
demasiado de mim, daquilo que quero e desejo em prol daqueles que amo e,
consequentemente, muitas vezes acabo por ser dominada e rejeitada por eles.
Isto acontece por duas razões: para mim as relações e a cooperação têm uma
importância primordial - é através delas que me defino; e tenho o mau hábito de
achar que amar é sacrifício. Tudo isto é inconsciente, claro. Só que
ultimamente está a começar a ficar menos inconsciente. Começo a perceber uma
grande verdade aqui. É verdade que as relações, os amigos, o amor e a família
são o centro do meu mundo e é verdade que muitas vezes calo-me e anulo-me para
manter a paz, para não confrontar, para agradar e para não alienar ninguém.
Mas, se calhar, começo agora a pensar que tenho de aprender a dizer não mais
vezes, a lutar pelo que quero (mesmo que isso pareça egoísmo) e a não ceder
tanto. Acho que tenho feito isso a minha vida inteira e fi-lo também contigo.
Dei-te todo o espaço e tempo que precisaste, quando tudo o que eu queria estar
contigo. É verdade que me afastei algumas vezes, mas fui eu que voltei sempre,
não foste tu que me perseguiste. Isso deveria ter sido um sinal para mim. Devia
ter-te confrontado e exigido uma definição. Não o fiz porque não te queria
perder e, afinal, perdi-te na mesma…
Nada disto apaga a tua atitude. Essa é da tua inteira
responsabilidade. Mas se sofro ainda agora, parte desse sofrimento tem a ver
comigo; com o facto de te ter colocado tão depressa num lugar tão central na
minha vida; e por ter cedido demais, esperando e compreendendo. Tem sido assim
a minha vida: sempre à espera, sempre apoiando e sendo compreensiva, quando
muitas vezes devia ter dado um murro na mesa e exigido que as minhas
necessidades também fossem satisfeitas.
Esta é a lição que estou a aprender agora. Para teu bem,
espero que também tu tenhas aprendido algo com o que se passou entre nós, porque se é assim que ages para com aquelas por quem dizes sentir
carinho, não admira que estivesses sozinho quando te reencontrei. Também tu
sabotas as relações e te devotas ao falhanço.
Somos mais parecidos do que julgas… sempre to disse.
Monday, July 15, 2013
Preciso de um raio de esperança...
Alguém escreveu isto na sua actualização de estado:
«Eu não tenho medo do amor.
Eu tenho medo de amar quem tem medo dele.
Amar quem teme o amor é como se apaixonar por uma sucessão de desistências.»
Acho que é isso... devo ter uma espécie de bússola para os 'indisponíveis'. Se calhar, isto é, em si mesmo, um tipo de medo meu. Corro atrás do que vai falhar porque se calhar, bem no fundo, não acredito que mereço viver uma história de amor...
Eu queria esquecer-te. Queria ultrapassar isto, mas há dias em que já nem consigo ter fé de que alguma vez o vá conseguir. Estou ferida demais, não sei se depois de ti consigo suportar mais uma desilusão...
Thursday, July 04, 2013
Oportunidades
Continuo a colocar fotos. Acho que, bem no fundo, resta-me
ainda um vislumbre de esperança de que nenhuma das tuas palavras fosse mentira,
que sentisses mesmo carinho por mim e que, talvez, um dia, algo se agite dentro
de ti e percebas que precisas de me mim e que tens de fazer alguma coisa por
isso.
Ainda espero que isso aconteça e que ainda venhas a tempo,
porque as fotografias também servem outro objectivo: se é verdade que não te
importas, pode ser que alguém as veja e queira aproveitar a oportunidade.
Aquela que eu te ofereci e que tu rejeitaste…
Monday, July 01, 2013
Porquê agora?
Depois de meses sem escrever nada aqui, pensei que estava a
conseguir ultrapassar tudo isto. Mas do nada, surgiu um relâmpago. Um dia
acordei e a falta de ti foi tão grande como antes. E então senti raiva. Raiva
por nunca me teres dado nenhum sinal de que importas. Eu sempre compreendi as
tuas restrições, a dificuldade desta fase na tua vida e estava disposta a
esperar e a dar-te o espaço e o tempo para poderes desbravar esse caminho. Mas
precisava de algo em troca. Tinha pelo menos de te ver, de te tocar, de estar
contigo de vez em quando. Era só isso. Simplesmente.
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