Nos últimos tempos tenho vindo a fazer bastante ‘soul
searching’, analisando e tentando perceber os padrões que têm gerido a minha
vida. Aqui, há uns posts atrás, chegava à conclusão que colocava os outros
demasiado no centro da minha vida, o que até é verdade, mas há mais coisas além
disso. Durante bastantes anos deixei que a timidez e o medo me dominassem,
fazendo com que me retraísse e não demonstrasse facilmente os meus sentimentos,
nem me deixasse levar facilmente no campo das emoções. Parece contradição, mas
não é. Por as relações serem tão importantes para mim o medo de falhar nelas
era terrível, o que me levava a retrair bastante. Durante anos essa foi, provavelmente,
a explicação para que eu continuasse só. Aqueles de quem gostava nem sequer me
viam porque eu não me mostrava e, paradoxalmente, os que me achavam piada surgiam
sempre do grupo dos que eu via apenas como amigos; aqueles junto de quem era eu
mesma, justamente porque não lhes procurava agradar.
Trabalhei para perder o medo e aprender a soltar-me mais, a demonstrar
o que sinto. Mas acho que exagerei. Contigo, acho que acabei por cair no outro
extremo. Talvez por te conhecer de antes e confiar em ti, demonstrei cedo
demais e explicitamente demais que eras importante para mim, que gostava de ti,
e, se calhar, assustei-te.
Um amigo meu diz que os homens são muito simples: quando
gostam correm atrás. Acho que um corolário disso é que os homens gostam de ser
eles a conquistar e não que corram atrás deles e, se calhar, foi isso o que eu
fiz. Lição a reter: tenho de aprender a arte do equilíbrio.
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